sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mário Nogueira na blogolândia







“Se eles não são sindicalizados, porque querem ter influência no que fazemos?”






     Esta frase terá sido proferida por Mário Nogueira ao Sol de hoje, a propósito dos bloggers que têm alcançado grande influência entre os professores, como, por exemplo, a Educação do Meu Umbigo. Não me cabe aqui defender o Paulo Guinote, até porque me parece que se tem desembaraçado muito bem sozinho, face a ataques vindos de vários quadrantes.
     Esta frase preocupa-me, porque me faz lembrar algumas afirmações de membros da Igreja Católica que ficam sempre muito abespinhados, quando alguém critica de fora as suas posições.
     Qualquer cidadão, munido ou não de blog, em primeiro lugar, e por princípio, tem direito a exprimir as suas opiniões. É um efeito primário (não secundário) da Democracia. Por maioria de razão, quando se trata de instituições com peso na sociedade, esse mesmo direito fica como que consolidado.
     Entre os professores, a importância da actuação dos sindicatos é tão decisiva que influencia também a vida profissional de todos aqueles que não sejam sindicalizados. Por isso, é óbvio que qualquer professor ou qualquer pessoa que se interesse por Educação tem direito a emitir opiniões sobre os sindicatos de professores.
     Os professores devem muito a Mário Nogueira? Com certeza. No entanto, o Secretário-Geral da FENPROF e muitos dos seus companheiros, independentemente de todos os seus méritos, têm revelado muitas dificuldades em conviver com a independência da blogosfera, confundindo, demasiadas vezes, críticas com ataques, agitando, de modo muito simplista, os fantasmas serôdios da divisão da classe, como se a pluralidade não fosse enriquecedora.
     Estamos a viver um novo paradigma da luta dos professores. Conduzirá isso ao enfraquecimento dos sindicatos? É muito provável, se não aprenderem a conviver com quem também está dentro da classe e se estiverem demasiado preocupados em mostrar quem manda.

1 comentário:

  1. Viva Fernando.

    Estou de acordo contigo. Esta posição do secretário da Fenprof está muito bem caracterizada neste teu texto.

    Abraço.

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