A minha rua é bastante domingueira, especialmente aos Domingos. Hoje, saio de casa, com um delicioso bocejo interior e vou tomar um café porque sim, porque não tenho pressa, porque há tempo para tudo, ainda para mais com mais um dia de descanso, cortesia da República.
Saio e sou atacado pela República. Para cima, uma caravana eleitoral; para baixo, outra. Pelo meio, uma canção tipicamente portuguesa como são todas as canções brasileiras. A letra é extraordinária: “Você não vale nada, mas eu gosto de você.” num refrão que ocupa mais de metade da duração da música.
Saio e sou atacado pela República. Para cima, uma caravana eleitoral; para baixo, outra. Pelo meio, uma canção tipicamente portuguesa como são todas as canções brasileiras. A letra é extraordinária: “Você não vale nada, mas eu gosto de você.” num refrão que ocupa mais de metade da duração da música.
Pergunto-me: o que quererá dizer o candidato, ao colar uma letra destas à sua campanha? Será dedicada ao eleitor? Imagino o candidato a enlaçar-me ternamente pela cintura, dizendo: “Tu não prestas, mas gosto de ti, rapaz. Que tal um voto?”.
Outra hipótese será a de esta letra significar o que pensa o votante. Nesse caso, o cidadão não tem ilusões sobre a seriedade do político, mas não consegue deixar de gostar dele. No fundo, muitos acreditam que o amor é mesmo assim, tal como a política, a guerra ou o futebol: os nossos são maus, mas são os melhores, ou os menos maus, ou ... nossos, prontos.
Sem comentários:
Enviar um comentário