terça-feira, 6 de outubro de 2009

A propósito de um texto de José Luiz Sarmento - a voz dos professores


     O político, tal como o conheço, é um pobre homem de qualquer dos sexos que consegue o milagre de integrar uma classe cujo prestígio é ainda inferior à dos professores, o que não é fácil. Ao político, como já Eça provou, basta-lhe demonstrar uma total ignorância sobre o maior número possível de assuntos para poder subir cada vez mais alto. O político terá tanto mais sucesso quanto mais refrões souber recitar, dispensando ideias profundas, o que explica a relação tão próxima entre a política e a música pimba.
     Ao fim de anos suficientes de Democracia, está visto que não se pode deixar assuntos sérios como a Educação inteiramente nas mãos dos políticos, porque ou não sabem o que hão-de fazer com aquilo ou limitam-se a considerar aquilo um ponto incómodo no Orçamento de Estado e/ou na imagem do País lá fora (“lá fora” é o local mais apontado como exemplo pelos políticos, quando não sabem ou não querem produzir argumentos).
     As soluções não são simples, mas os métodos para as descobrir podem ser. Na legislatura anterior, foi necessário que os professores gritassem, agora é obrigatório que comecem a falar, contribuindo decisivamente para um novo paradigma educativo (o que passa também por recuperar um estatuto docente decente). Os professores souberam participar em manifestações históricas, será importante que se disponibilizem agora para iniciar uma autêntica consulta pública sobre o que é verdadeiramente importante para a Educação em Portugal.
     O José Luiz Sarmento lança um boa proposta aqui. Vamos lá a ouvir essas vozes.


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