Esta é uma das muitas frases com que é desvalorizado o jogador que, por alguma razão, não consegue marcar um golo. É preciso lembrar que não marcar golos é uma das coisas que mais se faz no futebol, apesar da baliza enorme, dos vinte e dois jogadores, de um campo com um mínimo de noventa metros de comprimento e quarenta e cinco de largura.
Uma frase destas dá a impressão de que o marcador do golo que não entrou resolveu ser simpático com o guarda-redes, talvez indicando com antecedência para que lado ia rematar ou esperando, cavalheiro, que o guarda-redes se lançasse para um lado, entregando-lhe a bola. Para além disso, é uma falta de respeito para com o guarda-redes que, afinal, só defende porque alguém lho permite.
Não se espera que um comentador de futebol seja frio, mas num jogo em que o golo é um metal raro, há que valorizar quem o descobre. Uma tal afirmação, por constituir uma ironia, deve ser usada com muita parcimónia, servindo para comentar um daqueles lances em fosse mesmo impossível falhar (mesmo sabendo que isso não existe) e não, como acontece frequentemente, em remates frouxos de fora da área ou em lances com mérito evidente dos guarda-redes.
Vejam-se, a propósito, os vídeos que se seguem.
Saleiro permite a defesa do guarda-redes
Cardoso permite a defesa do guarda-redes
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