O problema de discordar é ficar a parecer que ficamos, de repente, numa posição completamente oposta à das pessoas de quem discordamos. Não sei se isto é uma característica marcadamente lusa, mas é vulgar passar a ser reaccionário por se discordar da esquerda ou perigoso comunista por não se concordar com a direita.
Vem isto a propósito das seguintes afirmações de José Carlos Morgado que defende uma “reforma curricular de fundo”: “Mais importante que aprender os conhecimentos é importante que a criança aprenda a pensar. Mais importante que a criança aprenda os resultados de investigações é que aprenda a investigar.” Já se sabe que o autor não afirmou que aprender conhecimentos ou resultados de investigações não é importante, mas, diante dos que se tem passado no Ensino nos últimos anos, há que recuperar o valor dos conteúdos, dos conhecimentos e da memória, porque não faz sentido pensar a partir do zero, do mesmo modo que não é aceitável memorizar por memorizar. Em resumo, ficarei mais descansado, no dia em que se começar a dizer que é TÃO importante aprender os conhecimentos como aprender a pensar.
No que respeita à “obesidade curricular”, há várias soluções e é necessário começar a pensar nelas, mas sem a habitual pressa irracional que tem causado revoluções curriculares sucessivas e, já agora, sem deixar de ouvir os professores.
Viva.
ResponderEliminar"No que respeita à “obesidade curricular”, há várias soluções e é necessário começar a pensar nelas, mas sem a habitual pressa irracional que tem causado revoluções curriculares sucessivas e, já agora, sem deixar de ouvir os professores." Lapidar.
Abraço.
"O problema de discordar é ficar a parecer que ficamos, de repente, numa posição completamente oposta à das pessoas de quem discordamos."
ResponderEliminarUma grande verdade. No caso dos professores, por exemplo, o que nos une é muito mais do que aquilo que nos separa. No entanto...